De bicicleta até à Mongólia

Foi o que aconteceu a Antoine de Changy, de 36 anos, e a Célina Antomarchi-Lamé, de 34. Após vários anos de dedicação às respectivas carreiras, ambas na área dos Recursos Humanos e das Finanças, ele em Nova Iorque e ela em Paris, decidiram parar. Parar para fazerem o que sempre desejaram: viajar muito, com muito tempo, sem grandes planos espacio-temporais. Especialmente queriam conhecer o “outro”, criar laços, penetrar no seu universo cultural. E foi o que fizeram, depois de casarem em 2003: montaram as bicicletas e viajaram da Turquia até à Mongólia, onde acabaram por ficar mais de um ano partilhando o dia-a-dia de uma família nómada de criadores de gado.
O resultado dessa aventura é o diário de viagem “A Voz da Estepe – De Istambul aos confins da Mongólia, ao encontro dos nómadas do Altai”.
Escrito na primeira pessoa por Changy, o próprio explica a dupla assinatura no facto de a companheira, não tendo embora colaborado na redacção do livro, ter participado na sua elaboração com sugestões e opiniões. «E participou igualmente com o seu indispensável entusiasmo que manteve ao longo dos 962 dias de viagem», sublinha.
O trajecto foi escolhido com o objectivo de cumprir os sonhos de infância: Changy idealizava a Mongólia, Célina tinha a obsessão do Irão. Com estes dois objectivos definidos, desenharam o seu mapa: Turquia, Irão, Turquemenistão, Usbequistão, Quirguizistão, Oeste da China, Mongólia.
O livro segue o percurso da aventura, relatando o que a tornou única e dando ênfase aos momentos que só o prazer da descoberta sabem valorizar – como a oferta do lenço curdo, por um jovem orgulhoso da sua identidade proibida por Ancara.
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Antoine de Changy e Célina Antomarchi-Lamé
A Voz da Estepe – De Istambul aos confins da Mongólia, ao encontro dos nómadas do Altai
Publicações Europa-América, 18,98€