Aprender não é horrível

Seja qual for o tema, a regra é só uma: não pode ser “uma grande seca”. Eis o “princípio filosófico” da Colecção Horrível, de que a Publicações Europa-América acaba de editar mais quatro volumes: “Exploradores Intrépidos” (Geografia Horrível), “Futuro Bué Fantástico” (Cultura Horrível), “Governantes Nojentos” (História Horrível) e “Invenções Diabólicas” (Ciência Horrível).
Para quem já conhece a colecção, pouco há a acrescentar: mantém-se (e cumpre-se) o objectivo de provar aos mais novos que aprender pode ser divertido e cheio de humor, evitando a tão habitual reacção: “isso é uma seca!”
Para os que ainda não tiveram contacto com estes pequenos livros, basta dizer que são a prenda ideal para os miúdos da família (ou amigos) que passam horas a fazer jogos no computador ou a ver séries na televisão: entre uma série de dados (in)úteis, lá “passam” uns tantos conhecimentos sobre variadas matérias, personalidades históricas ou princípios científicos.
É o caso das viagens de James Cook, «o primeiro marinheiro a saber em que ponto da Terra se encontrava» graças «a uma nova engenhoca genial chamada cronómetro marítimo»; ou de Fernão de Magalhães, que «em vez de navegar para oriente como Vasco da Gama, queria chegar às Ilhas das Especiarias por ocidente. Havia apenas um pequeno obstáculo. A América do Sul ficava no caminho e ninguém sabia se havia maneira de contorná-la».
Ou essa “invenção diabólica” que é a roda: «As rodas fazem com que as coisas rodem e avancem. E como é que já sabias disso? Mas aposto que não sabias que uma roda é composta por muitas alavancas (são os raios)… O formato de uma roda faz com que, a cada momento, só uma parte desta toque no chão. E isto reduz a força de fricção e diminui a velocidade da bicicleta».
Será suficientemente atractivo para lhes desviar, por momentos, os olhos do ecrã?
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Anita Ganeri, Exploradores Intrépidos
Nick Arnold, Invenções Diabólicas
Terry Deary, Governantes Nojentos
Mike Goldsmith, Futuro Bué Fantástico
Publicações Europa-América, 8,90€/cada