José Jorge Letria: “Greguerías são paradoxos, jogos transformadores da linguagem”
1-Comecemos por uma questão prática: o que são “greguerías”?
R-Greguerías, como as criou e praticou na primeira metade do século XX o escritor espanhol Ramón Gómez de la Serna, são paradoxos, jogos transfiguradores da linguagem que nos permitem reinventar situações e enriquecê-las com sentido poético e até com humor desconcertante, de uma forma em que, em larga medida se antecipa o próprio jogo verbal surrealista.
2-Como e quando começou a escrevê-las?
R-Comecei a escrevê-las há muitos anos depois de ter lido uma inspiradora e estimulante antologia dos textos “greguericos” de Ramón Gómez de la Serna.
3-O que o inspira na sua escrita: o quotidiano, a observação atenta da realidade, a surpresa de algumas coisas? Nada disto?
R-Na minha escrita, tudo me inspira e por vezes nada me inspira, mas sou sobretudo sensível ao registo histórico e biográfico, às situações de tensão e conflito internacional, sobretudo as guerras, mas também as viagens, os sonhos e a vileza humana quando não é escrutinada e regulada pelo exercício permanente e vigilante dos princípios éticos e dos valores humanistas.
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José Jorge Letria
Novas Greguerias
Guerra e Paz 15€
José Jorge Letria na “Novos Livros” | Entrevistas