Laurentino Gomes | 1822

1- O que representa, no contexto da sua obra, o livro «1822»?

R- Este livro é uma sequência óbvia da minha obra anterior tanto quanto a independência do Brasil, em 1822, foi uma consequência natural da mudança da corte portuguesa de D. João para o Rio de Janeiro em 1808. A presença da família real nos trópicos transformou de tal modo a antiga colônia portuguesa que em 1821, ano do retorno de D. João a Lisboa, o caminho para a separação estava pavimentado.

2- Qual a ideia que esteve na origem do livro?
R- No livro “1822” procuro demonstrar que, no ano da sua Independência, o Brasil tinha mais possibilidades de fracassar do que de se viabilizar como nação independente capaz de manter sua soberania e a integridade do território. As províncias eram isoladas e rivais entre si. Havia o risco de uma guerra civil entre as elite locais caso a independência ocorresse pela via republicana. Outro perigo era o de uma rebelião escrava. Coube a D. Pedro, herdeiro da coroa portuguesa, manter o novo país unido. Sem ele, provavelmente o Brasil teria se dividido entre três ou quatro nações distintas de língua portuguesa.

3-Pensando no futuro: o que está a escrever neste momento?
R- Meu próximo livro será sobre o Segundo Império e a Proclamação da República no Brasil, em 1889. Dessa forma, concluo uma trilogia com as datas ícones da construção do Estado brasileiro no século 19. Já comecei a pesquisar e espero publicá-lo dentro de três anos.

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Laurentino Gomes
1822
Porto Editora, 18,90€
LEIA entrevista sobre o anterior livro de Laurentino Gomes: 1808