Maria do Carmo Marques Pinto: “Digamos que é uma árvore onde existem três trepadeiras que se entrelaçam”

1-“Ibéria” é o seu primeiro romance: como espera poder olhar para ele daqui a 20 anos?
R-Daqui a 20 anos penso que vou olhar para ele com uma certa ternura mas também orgulho. Com ternura porque o primeiro livro é aquele em que existe uma maior autenticidade nos sentimentos, nas emoções, na escrita, na mensagem. Tem vantagens – é-se mais autêntico e isso, o leitor agradece – mas também tem desvantagens – ainda não existe uma escrita sólida e consolidada, a mensagem do livro não está depurada, é menos sofisticada.

2-Qual a ideia que esteve na origem deste livro?
R-O livro é um thriller político, a trama principal é o processo de independência da Catalunha e o envolvimento de Portugal nesse processo. Nesse sentido, esta é a ideia central que deu origem ao livro. Paralelamente, não tinha vontade de escrever apenas um thriller político. Daí que esta ideia entrelaça-se com a vontade de descrever as relações de poder que se estabelecem entre os políticos que estão na primeira linha da política europeia, portuguesa, espanhola e catalã; uma terceira ideia – as relações amorosas que se estabelecem entre os personagens. Os políticos são seres humanos como todos nós e também por isso estão sujeitos às vicissitudes dos sentimentos, das emoções, etc. Digamos que é uma árvore onde existem três trepadeiras que se entrelaçam e formam, as três, o conjunto da obra.

3-Pensando no futuro, o que está a escrever neste momento?
R-Estou a escrever um novo romance, intitulado “Amélia”.  Esta é uma pequena sinopse: “E se de repente nos disserem que não somos quem realmente pensamos que somos? A história leva os personagens a descer a espiral de degraus até ao fundo deles próprios e no caminho vão vendo como as suas biografias se vão reescrevendo ao sabor e ritmo de lugares inesperados, pessoas desconhecidas, momentos inéditos, sentimentos e emoções escondidos, disfarçados ou nunca experimentados. Será uma viagem de ida e volta ou ver-se-ão todos ante um beco sem saída?” Paralelamente tenho um livro de poesia que estou a acabar de rever (Labirintos Interiores) e um conjunto de “escritos” que são como um Diário: pequenas reflexões, muito curtas, diárias, sobre temas variados, por vezes acompanhados de uma fotografia.
__________
Maria do Carmo Marques Pinto
Ibéria: Sob o Luar de Cruïlles
Casa das Letras  19,90€

Maria do Carmo Marques Pinto na “Novos Livros” | Entrevistas

COMPRAR O LIVRO