Maria Francisca Gama: “Como é que esta mãe não ama a filha?”
1-O que representa, no contexto da sua obra literária, o romance “Filha da Louca”?
R-Espero que represente crescimento, evolução, frescura. Trabalho para que cada livro supere o anterior: para que esteja melhor escrito, seja uma melhor história, revele uma visão diferente, empática e que construa no leitor a sensação de que esteve dentro daquela vivência, que foi mais do que um mero observador.
2-Qual a ideia que esteve na origem deste livro?
R-Tudo começou com uma notícia que li: uma mulher, mãe, foi condenada por omissão de auxílio da filha. Fiquei a matutar numa pergunta: como é que esta mãe não ama a filha? Porque é que não a tentou salvar? Foi aí, talvez por defesa — porque me custa acreditar que falhemos em coisas tão básicas como cuidarmos de quem trazemos ao Mundo —, que pensei que talvez esta mãe (e outras, que de vez em quando sabemos terem magoado os seus filhos) pode ter alguma doença, alguma coisa que a impedisse de reagir de maneira diferente, de ser melhor por ainda não estar a ser acompanhada… E comecei a pesquisar sobre o tema, a ler testemunhos de homens e mulheres que têm transtornos de personalidade e de que forma afetam as suas relações.
3-Pensando no futuro: o que está a escrever neste momento?
R-Estou em processo de pesquisa e a viver, que é imprescindível para ter o que contar. Ainda não tenho uma ideia “vencedora”, estou a ver se me cruzo com uma personagem viciante, daquelas que nos aborrecem até que lhes criemos um universo para viverem.
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Maria Francisca Gama
Filha da Louca
Suma 16,75€