Nuno Duarte: “Maior extravagância? O silêncio”
Nuno Duarte nasceu em Sintra, em 1973. Estudou design gráfico no Ar.Co e começou uma carreira na publicidade onde foi director criativo de algumas das principais agências do mercado e amealhou várias distinções nacionais e internacionais. Na escrita, recebeu o Prémio Leya 2024 com Pés de Barro, o seu primeiro romance.
__________
O que é para si a felicidade absoluta?
Um longo passeio na maré vazante, na praia que é só minha nessa altura.
Qual considera ser o seu maior feito?
Ter conquistado a minha mulher.
Qual a sua maior extravagância?
O silêncio.
Que palavra ou frase mais utiliza?
Livro.
Qual o traço principal do seu carácter?
Não faço ideia.
O seu pior defeito?
Quase todos, menos a desonestidade e a inveja.
Qual a sua maior mágoa?
O meu pai não ter visto o meu livro publicado.
Qual o seu maior sonho?
Dar longos passeios na maré vazante, na praia que é só minha nessa altura, e ter, como única ocupação, a escrita.
Qual o dia mais feliz da sua vida?
O dia em que conquistei a minha mulher.
Qual a sua máxima preferida?
Nunca pensei nisso.
Onde (e como) gostaria de viver?
Na aldeia, a dois passos do mar e sem nenhuma ocupação que não a escrita.
Qual a sua cor preferida?
Gosto de todas, consoante a aplicação.
Qual a sua flor preferida?
Não tenho.
O animal que mais simpatia lhe merece?
O tubarão.
Que compositores prefere?
Vou ter de recorrer aos três grandes, Beatles, Led Zeppelin e Pink Floyd, e juntar-lhes o meu amor incondicional aos Waterboys e aos Rage Against the Machine e, bolas, deixei tanta gente de fora.
Pintores de eleição?
Picasso. Paula Rego.
Quais são os seus escritores favoritos?
Steinbeck, Dostoiévski, Vargas Llosa, Lobo Antunes e tantos, tantos outros.
Quais os poetas da sua eleição?
Temo ser demasiado incompetente, no que diz respeito à poesia, para saber responder.
O que mais aprecia nos seus amigos?
A amizade (é uma verdade menos lapalissiana do que parece).
Quais são os seus heróis?
O meu irmão.
Quais são os seus heróis predilectos na ficção?
Tom Joad (As Vinhas da Ira), Robert Jordan (Por Quem os Sinos Dobram), Ivan Ilitch (A Morte de Ivan Ilitch), Blueberry e Obélix (ambos da Banda Desenhada).
Qual a sua personagem histórica favorita?
Jesus Cristo, mesmo sendo ateu e havendo dúvidas da sua existência histórica.
E qual é a sua personagem favorita na vida real?
Nelson Mandela.
Que qualidade(s) mais aprecia num homem?
A inteligência.
E numa mulher?
Também.
Que dom da natureza gostaria de possuir?
Produzir naturalmente o aroma a baunilha ou, em alternativa, a manjericão. O mundo podia ser composto, unicamente, por esses dois odores.
O que é para si o cúmulo da miséria?
O fascismo.
Quais as falhas para que tem maior indulgência?
A ignorância, da qual ninguém é inocente. Só quando a ignorância se torna militante e, portanto, se converte em estupidez, se acaba a indulgência.
Qual é para si a maior virtude?
Honestidade.
Como gostaria de morrer?
Depressa e sem dar por isso.
Se pudesse escolher como regressar, quem gostaria de ser?
Não quero regressar. Uma vida chega e sobra, após o que me restará uma eternidade de não existência e está tudo bem.
Qual é o seu lema de vida?
Não tenho.
__________
Nuno Duarte na Novos Livros | Entrevistas