Valério Romão: “E se, em vez de dança, fosse uma epidemia de lesbianismo?”

1-O que representa, no contexto da sua obra literária, o livro O Desfufador?
R-É um corte epistemológico, como se diria nas ciências sociais. Depois de uma trilogia de romances focados sobretudo na família e nas suas dinâmicas internas, nomeadamente quando as tensões exo- ou endógenas levam os seus integrantes ao limite, passo para um romance em tom de sátira sobre a gentrificação, o mundo académico, as teorias da conspiração e a fragilidade masculina perante a possibilidade de uma pandemia de lesbianismo.

2-Qual e odeia que esteve na origem deste livro?
R-A ideia que preside ao livro é a da epidemia de dança de Estrasburgo, em 1518, na qual morreram dezenas de pessoas, a dançar freneticamente, sem conseguirem parar. Fascinado com a ideia da dança poder ser contagiosa, pensei em elevar a possibilidade à caricatura: e se, em vez de dança, fosse uma epidemia de lesbianismo?

3-pensando no futuro: o que está a escrever neste momento?
R-O segundo e conclusivo volume do livro que acaba de sair (O Desfufador).
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Valério Romão
O Desfufador (Volume 1: Contágio)
Tinta-da-China  19,90€

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