Américo Brás Carlos: “Trata-se de prestar tributo à coragem”

1-O que representa no contexto da sua obra literária o livro “Nada Menos que a Liberdade”
R-É a continuação do labor na narrativa literária, após quatro livros de poemas. É o segundo romance, e a sua matriz tem coisas do primeiro – O Riso dos Dias. Mais concretamente, cruza as relações entre personagens não públicas com um quadro reportado a uma figura ou facto público. Neste caso, figura e facto começam por ser a de Humberto Delgado, em 1958, na campanha eleitoral para a Presidência da República, contra Américo Tomaz. Ou melhor, contra Salazar. Depois, seguem-se, outros “desassossegados”: Henrique Galvão, Palma Inácio, Camilo Mortágua, militantes da ARA…

2-Qual a ideia que esteve na origem do livro?
R-Está expressa no Prólogo em forma de carta. Trata-se de prestar tributo à coragem de quem, contra todos os riscos, e quando as conveniências próprias recomendariam que ficassem quietos, desafiam os ditadores e os seus regimes opressivos. Enfrentam-nos não como um investimento no próprio porvir, mas como a única forma de respirar. Sem o desassossego desses combates não teriam paz.

3-Pensando no futuro: o que está a escrever neste momento?
R-Como acontecerá com muitos, sou dos que estão sempre a escrever para as várias gavetas onde guardam os rascunhos. E, de onde, com sorte, daqui a demasiados meses, retirarei um livro. Portanto, livro, livro, no sentido de algo já unitário que se constrói, robustece e alinda, para já, não há nada.
__________
Américo Brás Carlos
Nada menos do que Liberdade
Minotauro 18,89€

Américo Brás Carlos na “Novos Livros” | Entrevistas

COMPRAR O LIVRO