José Jorge Letria e as memórias de Abril

1-Quase 50 anos depois do 25 de Abril, o que é que faltava contar?
R-O que me faltava contar era e é a importâncias de acontecimentos e de factos culturais e históricos associados a pessoas que muito bem conheci e das quais em vários casos fui grande amigo. Foi o caso de Zeca Afonso e de Carlos Paredes

2-Os episódios que dão corpo a este livro são, também, uma história do 25 de Abril e dos tempos tão intensamente vividos naquela altura: qual a sua memória mais marcante daquele período?
R-Não tenho dúvidas de que estas personagens e estes episódios me ajudaram a construir o caminho para o 25 de Abril, que foi o dia mais feliz da minha vida por ter representado o fim da guerra colonial e da repressão cujos efeitos eu, sendo jornalista, senti através da censura e de muitas actuações proibidas durante mais  de cinco  anos. Foi assim o fim desse inesquecível pesadelo cultural, humano e político; um momento especialmente marcante: o regresso em 30 de Abril de exilados como José Mário Branco e Luís Cília, no mesmo avião em que veio Álvaro Cunhal. Vinham de Paris.

3-No livro conta histórias de/com pessoas tão como José Saramago, David Mourão-Ferreira, Mário Henrique-Leiria ou Luís Sttau Monteiro ou Carlos Paredes: de formas diferentes, certamente, ninguém era ou ficou indiferente. O que mais o surpreendeu agora ao recordar e a escrever este livro?
R-Ao escrever este livro, a partir do meu arquivo de memória, que está dentro da minha cabeça, reencontrei figuras únicas e marcantes cuja presença na minha vida e no meu trabalho continua a ser intensa e sempre geradora de novos desafios.
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José Jorge Letria
O que faltava contar
Guerra e Paz  15€

José Jorge Letria na “Novos Livros” | Entrevistas

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