Pedro Prostes da Fonseca: “O período do PREC foi, sem dúvida, único em muitos aspetos”

1-Qual a ideia que esteve na origem do livro Verão Quente de 1975: Tudo Era permitido?
R-Surgiu na sequência de um outro livro que escrevi sobre o tema: Os Putos do PREC. Tratou esse livro do tempo (entre a Revolução de 25 de Abril de 1974 e o 25 de Novembro de 1975) em que a generalidade dos liceus do País viveram mergulhados numa forte agitação entre os alunos com repercussões também nos professores e no Ministério da Educação.

2-Este Portugal de 1975, em pleno PREC, parece ser um pouco um país louco: ou haverá aqui algum exagero?
R-Como autor de não ficção e tendo formação jornalística, não posso condescender com “exageros” para tornar a obra mais apelativa. Assim sendo, a resposta é claramente “não”.

3-Escreve que “tudo era permitido”: das muitas histórias que conheceu e conta, qual a mais surpreendente e que melhor evidencia o clima daquele ano?
R-Nunca escrevi que “tudo era permitido”. Essa frase surge de facto na capa do livro, mas cuja autoria não me pertence. Entendo-a como promocional, mas não me choca. O período do PREC foi, sem dúvida, único em muitos aspetos. Quanto a episódios, nomearia um mais conhecido, o do cerco ao Parlamento, e um outro que será decerto uma surpresa para a maioria dos leitores e que respeita ao programa SAAL, que teve como mentor Nuno Portas – que se traduzia na construção para os mais desfavorecidos, com a participação destes nas tipologias das habitações. Foi um programa que deu azo às maiores peripécias e que culminou com uma bomba colocada na sede do SAAL/Porto pela extrema-direita.
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Pedro Prostes da Fonseca
Verão Quente de 1975: Tudo era Permitido
Guerra & Paz  16,50€

Pedro Prostes da Fonseca na “Novos Livros” | Entrevistas

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