Silvério Manata: “Uma criatura perfeita tem defeitos?”
Silvério Manata acaba de editar mais um romance: Caramelos de Amargar. Nasceu em Carapelhos (Mira), em terras da Gândara, onde cresceu até concluir o curso de Línguas e Literaturas Modernas na Universidade de Coimbra.
Foi professor do ensino secundário até 1993, ano em que optou definitivamente pela actividade empresarial. Como autor recebeu o Prémio João Gaspar Simões (2015: A Bicicleta do Ourives Ambulante; e 2021: Um Comboio na Duna) e o Prémio Alves Redol (2017: Um Silêncio de Sombras).
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O que é para si a felicidade absoluta?
Existe? Apenas enquanto conceito.
Qual considera ser o seu maior feito?
Depois de feitos, ter ajudado a criar três filhos.
Qual a sua maior extravagância?
Não me valer, até agora, do ChatGTP.
Que palavra ou frase mais utiliza?
Sei Lá.
Qual o traço principal do seu carácter?
Um traço tão vertical quanto um fio-de-prumo.
O seu pior defeito?
Uma criatura perfeita tem defeitos?
Qual a sua maior mágoa?
Não ganhar o Prémio Novel (da Literatura).
Qual o seu maior sonho?
Ganhar o Prémio Novel (da Literatura).
Qual o dia mais feliz da sua vida?
O dia em que ganhar o Prémio Novel da Literatura.
Qual a sua máxima preferida?
A de hoje: Não é por muito madrugar que amanhece mais cedo.
Onde (e como) gostaria de viver?
Na Aposentação, como um trintão.
Qual a sua cor preferida?
Clubismos aparte, verde.
Qual a sua flor preferida?
Sendo casado com uma, deus me livre de não gostar de Rosas.
O animal que mais simpatia lhe merece?
O porco.
Que compositores prefere?
Cada vez mais, os menos barulhentos, dependendo da hora.
Pintores de eleição?
Aqueles cujos poemas visuais saltam à vista não carecendo de legenda que os explique.
Quais são os seus escritores favoritos?
Ui, não cabiam aqui. Mas destaco o Eça, a quem um dia segredei que gostaria de ser escritor como ele. Tentei, não consegui.
Quais os poetas da sua eleição?
Qualquer Pessoa de nome Fernando.
O que mais aprecia nos seus amigos?
Que não me virem as costas, ainda que esteja uma grafonola.
Quais são os seus heróis?
Os anónimos.
Quais são os seus heróis predilectos na ficção?
Os anti-heróis.
Qual a sua personagem histórica favorita?
Leonardo da Vinci.
E qual é a sua personagem favorita na vida real?
Ando à procura.
Que qualidade(s) mais aprecia num homem?
Que o seja.
E numa mulher?
Que o seja.
Que dom da natureza gostaria de possuir?
De amanhecer sempre em tons de abril.
O que é para si o cúmulo da miséria?
Salivar pela côdea e votar na extrema direita.
Quais as falhas para que tem maior indulgência?
As da humana condição.
Qual é para si a maior virtude?
Pecar com classe.
Como gostaria de morrer?
De repente, sem um ai.
Se pudesse escolher como regressar, quem gostaria de ser?
Cristo… para acabar o trabalho que deixou a meio.
Qual é o seu lema de vida?
Vamos vivendo.
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Silvério Manata na “Novos Livros” | Entrevistas