Catarina Costa: “Heróis? Aqueles que sobrevivem a uma catástrofe sem perderem a bondade.”
Catarina Costa recebeu o Prémio Nacional de Literatura Lions de Portugal/2022 com o romance “Periferia” que foi o seu primeiro romance publicado depois de ter começado com poesia em 2008. Em 2023, acaba de surgir com o seu segundo romance publicado (apesar de ter sido o primeiro em termos de escrita).
Catarina Costa está a construir uma obra muito intensa e interessante: a seguir com toda a atenção.
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O que é para si a felicidade absoluta?
A felicidade, para ser humana, não pode ser absoluta.
Qual considera ser o seu maior feito?
Ter superado a juventude.
Qual a sua maior extravagância?
Pagar a subscrição do Midjourney.
Que palavra ou frase mais utiliza?
Quiçá.
Qual o traço principal do seu carácter?
Só tenho traços secundários.
O seu pior defeito?
A resposta a essa pergunta nunca poderia ser sincera por isso vamos passar à próxima.
Qual a sua maior mágoa?
Saber que não vou viver o suficiente para ter o vislumbre de uma prova de vida inteligente extra-terrestre.
Qual o seu maior sonho?
O meu maior sonho é o maior cliché de sempre: ser imortal.
Qual o dia mais feliz da sua vida?
O dia em que percebi que os meus sonhos não estavam destinados a ser trágicos, mas apenas relativos.
Qual a sua máxima preferida?
A pensar morreu um burro.
Onde (e como) gostaria de viver?
Gostaria de viver mais ou menos perto de onde estou, de uma forma mais ou menos diferente.
Qual a sua cor preferida?
O preto.
Qual a sua flor preferida?
A orquídea.
O animal que mais simpatia lhe merece?
O elefante.
Que compositores prefere?
Sem nenhuma ordem: Bach, Mahler, Shostakovich, Lili Boulanger, Scriabin, Gerald Finzi, Samuel Barber e muitos outros.
Pintores de eleição?
Sem nenhuma ordem: El Greco, Jacob van Ruisdael, Goya, Anselm Kiefer, Maria Helena Vieira da Silva, Egon Schiele, Leonora Carrington e muitos outros.
Quais são os seus escritores favoritos?
Sem nenhuma ordem: Kafka, Thomas Bernhard, Don DeLillo, Simone Weil, Maria Gabriela Llansol, Gonçalo M. Tavares, Marina Perezagua, Alice Munro, Kazuo Ishiguro, Bruno Schulz e muitos outros.
Quais os poetas da sua eleição?
Sem nenhuma ordem: Emily Dickinson, Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, Fernando Echevarría, Louise Gluck, Chantal Maillard e muitos outros.
O que mais aprecia nos seus amigos?
Serem melhores do que eu.
Quais são os seus heróis?
Aqueles que sobrevivem a uma catástrofe sem perderem a bondade.
Quais são os seus heróis predilectos na ficção?
Ícaro e Eduardo Mãos-de-Tesoura.
Qual a sua personagem histórica favorita?
Murasaki Shikibu.
E qual é a sua personagem favorita na vida real?
Por pudor, não posso responder.
Que qualidade(s) mais aprecia num homem?
As mesmas qualidades que aprecio numa mulher.
E numa mulher?
As mesmas qualidades que aprecio num homem.
Que dom da natureza gostaria de possuir?
O dom da regeneração.
Qual é para si a maior virtude?
A compaixão.
Como gostaria de morrer?
Gostaria de morrer com a crença de que as coisas não acabam, apenas se transformam.
Se pudesse escolher como regressar, quem gostaria de ser?
Gostaria de ter sido uma mulher pré-histórica, e de ter presenciado a descoberta do fogo.
Qual é o seu lema de vida?
Tudo passa.
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Catarina Costa na “Novos Livros” | Entrevistas