Rosario Raro: “Marta Gellhorn não conhecia o verbo render-se”
1-O que representa, no contexto da sua obra literária, o livro “Proibida na Normandia?
R-Pois é o quinto romance que publico e o terceiro em que a temática é a 2ª Grande Guerra Mundial. E, neste caso, a descoberta de que no desembarque na Normandia, em 6 Junho de 1944, havia uma mulher que foi determinante para eu escrever esta história juntamente com o Exército Fantasma. E toda a questão a história do código dourado pareceu-me uma história por contar. Uma história que podia trazer informação nova sobre os acontecimentos. Além disso, podia comover. E pareceu-me importante contá-la.
2-Qual a ideia que esteve na origem deste romance?
R-Sobretudo conhecer a biografia da correspondente de guerra Martha Gellhorn [casada com Ernest Hemingway] porque é inverosímil o que esta mulher fez pois, entre outras coisas, atravessou o Canal da Mancha disfarçada . Aliás, tinham-lhe recusado a autorização para viajar desde os Estados Unidos para a Europa. Gostei sobretudo do seu carácter pois não se detinha perante nada e que não conhecia o verbo render-se. E, além disso, estamos a falar desse comportamento há 80 anos. Pareceu-me que havia que fazer um trabalho de resgate.
3-Pensando no futuro: o que está a escrever neste momento?
R-Agora ainda estou com a cabeça na Normandia e estou a recuperar uma história que foi publicada em Huelva, em 2002. Uma história que decorre em Portugal, na estrada entre Sintra e Cascais protagonizada por Pessoa e pelo ocultista inglês Alexander Crowley e, casualmente, o jornal Diário de Notícias, que é o jornal que aparece nessa história do início do século XX.
__________
Rosario Raro
Proibida na Normandia
Porto Editora 19,99€