Como gerir empresas familiares
1-Qual a ideia que esteve na origem deste seu livro «Manual de Gestão de Empresas Familiares»?
As empresas familiares são uma realidade incontornável, em todos os países europeus, não sendo, Portugal, uma excepção, com um peso dominante em todas as variáveis macroeconómicas. Melhorar a performance das empresas familiares, através da adopção das melhores ferramentas, teóricas e aplicacionais, de gestão, contribuirá, dum modo definitivo, para uma evolução positiva da nossa economia. O “Manual de Gestão de Empresas Familiares” surge, assim, como resposta a estas preocupações. É, basicamente, um manual de gestão, adaptado às empresas familiares, tratando, com detalhe, e numa aproximação sistémica, o equilíbrio entre a empresa e a família. Nesta perspectiva, o livro, que reúne toda a experiência profissional do autor, ensina a gerir bem uma empresa familiar e destina-se, prioritariamente, aos quadros de gestão das empresas familiares, sejam, ou não, membros da família.
2-Em Portugal, uma elevada percentagem das empresas têm um perfil e uma base familiar: será isso uma vantagem ou uma desvantagem?
As empresas familiares, bem geridas, apresentam vantagens claras sobre as empresas não – familiares, em particular, em épocas de crise ou de transição, tecnológica, regulamentar ou de mercado. O conceito de “familiness”, descrito como um recurso único das empresas familiares, que resulta da interacção positiva entre a empresa e a família, está na base desta afirmação. Por outro lado, porque as empresas familiares privilegiam a continuidade dos negócios na família, são mais resilientes e mais conservadoras, em termos financeiros, vantagens acrescidas para este tipo de unidades, em épocas de elevada turbulência.
3-Que novas tendências identifica como cruciais para o futuro das empresas familiares em Portugal?
R-O último capítulo do livro é um capítulo prospectivo, referindo as grandes tendências, no futuro, para as empresas familiares, em geral. Estão incluídas, nessas tendências, a maior presença das mulheres nos órgãos de gestão da empresa e da família, as alterações na família, a influência das novas tecnologias da “indústria 4.0”, a relação dos grupos familiares com o mercado de capitais e o incremento da presença de quadros não – membros da família, nos órgãos de gestão. Uma área de particular relevo, no caso português, consiste na necessidade de crescimento destas empresas, por processos de fusões e aquisições, tema que o livro desenvolve, em grande detalhe, e que permitirá às empresas familiares portuguesas competirem melhor nos mercados internacionais.
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Luís Todo Bom
Manual de Gestão de Empresas Familiares
Edições Sílabo