Helena de Sousa Freitas | DN Jovem entre o Papel e a Net

1- De que trata este seu livro “DN Jovem Entre o Papel e a Net”?

R- O livro faz um acompanhamento da transição do DNJ do papel para a Internet, que teve lugar em 1996, ano em que os portugueses com acesso à rede em casa se ficava por 0,8%, segundo dados do CIES, centro de investigação associado ao ISCTE. 

A decisão de mudar o DNJ de suporte foi, à data, acolhida com indignação e protestos por parte dos seus colaboradores e leitores, muitos dos quais preencheram a última edição do caderno, publicada a 28 de Maio de 1996.

Uma década depois (dado que iniciei a investigação sobre o tema em 2006), decidi partir em busca das histórias e memórias em que a transição está envolta, acabando por recuar no tempo para falar da primeira década do suplemento e por avançar até 2007, de modo a compreender que impacto teve essa mudança nos anos subsequentes e até à extinção do projecto, que fora um autêntico berço de talentos artísticos.

2- De forma resumida, qual a principal ideia que espera conseguir transmitir aos seus leitores?

R- Este foi um trabalho de escavar na memória, com muita consulta de arquivos e cerca de uma vintena de entrevistas (a membros de várias direcções do DN, da coordenação do DN Jovem e a diversos colaboradores), através das quais procurei chegar o mais próximo possível da verdade, ou seja, das razões que levaram a uma transição tão prematura.

Assim sendo, espero que, mais do que encontrar uma ideia, o leitor sinta esse esforço do autor (da autora, neste caso) por alcançar a verdade e por lhe oferecer uma história que estava por contar. Tal como não visa condenar ninguém pelas suas atitudes, o livro também não procura absolver este ou aquele elemento das consequências das decisões que tomou. Portanto, não condena, mas responsabiliza. Logo, mesmo sem fazer julgamentos, não é um livro inócuo. Acredito que, ao lê-lo, cada leitor tirará as suas conclusões.

3- Pensando no futuro: o que está a escrever neste momento?

R- Por agora, a minha investigação de doutoramento absorve-me quase por completo, não deixando grande espaço a outro tipo de escrita que não a académica. De qualquer modo, tenho vários trabalhos na gaveta. Um dia destes, olho para eles e pondero se ainda faz sentido pensar na sua publicação. Um dia destes…
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Helena de Sousa Freitas