José Vegar e o domínio da informação global: “Estamos todos a navegar à costa”

[Foto: Paulo Alexandrino]

1-Qual a ideia que esteve na origem deste seu livro «O Controlo Contemporâneo e Futuro da Informação»?
R-Todos os processos de criação e domínio da informação estão em plena revolução desde 2002. Esta revolução é provocada pelo território digital, pelo aumento exponencial da capacidade de computação, e pela capacidade tecnológica relacionada com as bases de dados e os algoritmos. Interessei-me desde o princípio por esta revolução. A ideia é exactamente a de tentar perceber que caminhos e com que processos se faz a revolução.

2-Esta obra é o corolário de uma longa investigação de uma década: em síntese, quais as principais conclusões a que chegou?
R-Antes do mais, que é uma revolução extremamente poderosa, que afecta Estados, empresas e cidadãos. De seguida, que há novos modos de criar e controlar informação. Depois, que estes novos modos implicam o surgimento de novas entidades, públicas e privadas, que serão os guardiões da informação. As minhas conclusões são extremamente precárias, apesar do tempo de investigação. Não será honesto hoje alguém dizer que sabe o que vai acontecer. Estamos todos a navegar à costa.

3-Cada vez mais temos a sensação de que já não controlamos a informação a que acedemos (ou que nos disponibilizam). De certa forma, estamos nas mãos de outros (grandes empresas, estados autoritários, etc.): ainda estamos em condições de alterar esta caminhada vertiginosa?
R-Creio que não. O desenvolvimento da inteligência artificial, do algoritmo, da base de dados, e das plataformas de partilha de informação é incontrolável. Claro que Estados e entidades supranacionais, como a União Europeia, estão a trabalhar o tema. Mas creio que só se encontrarão pequenos remendos. A informação é massiva, e a sua distribuição é imparável.
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José Vegar
O Controlo Contemporâneo e Futuro da Informação
Actual Editora  14,90€

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