André Lamas Leite | Por Fios e Adesivos

1- O que representa, no contexto da sua obra o livro
“Por Fios e Adesivos”?
R- Comecei publicamente a escrita de textos não-jurídicos,
neste caso poéticos, com “Breviário”, em 2007, editado pela “InLibris” e, cinco
anos depois, surge este “Por Fios e Adesivos”, da “Edium Editores”. Tanta coisa
mudou na minha vida ao longo do período que separa estes dois livros que sou já
verdadeiramente outro. Daí que hoje veja o meu primeiro livro com aquele
sorriso nervoso e carinhoso de quem sabe que tinha de começar por algum lado,
mas que hoje faria tudo ou quase tudo de uma forma diferente. Escrever é também
reescrever. Neste caso, assim o foi sobretudo. O “Por Fios e Adesivos”, ao
invés do “Breviário”, aborda o tema mais universal, complexo e tradicional da
Poesia: essa “coisa” a que chamamos “Amor”. Encaro, assim, o segundo livro como
uma parte marcante do meu processo de crescimento como pessoa e aprendiz de
poeta.
2- Qual a ideia que esteve na origem deste livro?
R-Vivo com uma pulsão quase diária para a escrita, pelo que
vou acumulando poemas à medida dos estados de espírito. Desse processo nasceram
alguns que seleccionei e julguei adequados a uma explanação de “Eros” nos seus
múltiplos rostos. A utilização de várias línguas visa assinalar a universalidade
do Amor e das questões que ele convoca. Pretendi estruturar os poemas em função
das habituais “fases” por que todos passamos nesse processo. Tal como quase
tudo nas nossas vidas, o Amor é também um processo, sujeito a vicissitudes que
o animam e/ou o condenam à morte. Escrevi este livro como processo catártico e
por me saber sempre acompanhado por tantos seres que, como eu, apenas aceitam
uma regra: independentemente das consequências, nunca desistir!

3- Pensando no futuro: o que está a escrever neste momento?

R- Continuo dependente da minha necessidade de escrita de
poemas, sem regras, sem “agendas” pré-definidas. Para além disso, participei
entretanto da “Antologia da Moderna Poética Portuguesa”, da “Seda Publicações”
e da antologia de contos “A Magia das Chaves”, das “Edições Vieira da Silva”,
projecto que muito me sensibilizou pela notável coordenação de um grupo de
amigos à cabeça dos quais esteve Maria Isabel Loureiro, conhecida escritora de
literatura infanto-juvenil, bem como pelo facto de os direitos de autor
reverterem a favor da “ACREDITAR – Associação de Pais e Amigos de Crianças com
Cancro”. Gostava de deixar aqui o apelo à compra deste livro, sobretudo pela
meritória causa que apoia. Como quase todos nós, alimento o sonho de escrever
um pequeno romance. Já tenho alguns inícios possíveis… É um projecto ainda
muito incipiente, mas veremos no que se transforma!
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André Lamas Leite
Por Fios e Adesivos
Edium Editores