Paulo Assim: “Uma certa inquietação a que podemos chamar fogo interior que nos consome e nos leva a fazer tudo e mais alguma coisa”

1-Como recebeu a notícia de que um livro seu era o vencedor, pela terceira vez, do Prémio Nacional de Poesia da Vila de Fânzeres?
R-Foi bem recebida e com um acréscimo de alegria e satisfação, visto o Prémio de Poesia de Fânzeres ter para mim um valor sentimental e diria até umbilical: foi de Fânzeres que saiu o meu primeiro livro de poesia. São pelo menos trinta e três anos a divulgar autores de poesia e por isso atrevo-me a dizer que Fânzeres é a capital da poesia.

2-Qual a ideia que esteve na base deste livro “Beber um rio, matar o fogo”?
R-Nos meus primeiros passos de escrita de poesia não tinha em mente uma base concreta para escrever os poemas e isso nota-se no meu primeiro livro «Celulose», onde os poemas são bastante distintos e não têm nada de comum ou um fio condutor que os ligue uns aos outros. Ultimamente, parto de uma ideia ou conceito que trace um caminho sem fugir ou distanciar-me muito do que pretendo. «Beber um rio, matar o fogo» partiu de uma certa inquietação a que podemos chamar fogo interior que nos consome e nos leva a fazer tudo e mais alguma coisa, por vezes sem raciocínio ou juízo. De tal modo que chegaremos ao ponto onde é necessário, metaforicamente, beber um rio.

3-Este não é o seu primeiro livro: que percurso teve já a sua obra?
R-O percurso tem sido paulatino, mas determinado e com uma certa evolução, creio, criativa e literária. Olhando criticamente para os primeiros poemas, muitos que nunca publiquei, direi que são francamente medíocres e me levam a pensar: «Ah, mas eu escrevi mesmo isto?» (Risos).
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Paulo Assim
Beber um Rio. Matar o Fogo
Elefante Editores

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