Daniel Sá | “Império das marcas desportivas não vai parar”


Daniel Sá é um reconhecido especialista do marketing desportivo e foi um dos pioneiros em Portugal.  Com um sólido percurso académico de mais de 20 anos, é actualmente director do IPAM e tem investigado e escrito sobre marketing no desporto sendo autor três livros. Foi atleta de voleibol. Este novo livro Marketing Desportivo será, a partir de agora, uma referência incontornável na compreensão do(s) mercado(s) e das estratégias de marketing que podem ser seguidas pelos seus principais
actores.
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1-Qual a ideia que esteve na origem deste seu novo livro “Marketing Desportivo”?
R-Ajudar todos os stakeholders da indústria do desporto a entender todas as mudanças que estão a acontecer no mercado de forma a que possam preparar-se para enfrentar a cada vez maior competitividade que se verifica na indústria do entretenimento. Esperam-se novas abordagens com novas ferramentas que vão originar novos modelos de negócios na indústria do desporto nos próximos anos.

2-Esta obra foi precedida, há 20 anos, pelo seu primeiro livro sobre o tema: tudo mudou entretanto nesta área do marketing ou nem por isso?
R-Muito mudou nos últimos 20 anos. A sociedade vive, trabalha, relaciona-se e consome de desporto de forma diferente do que há 20 anos atrás. É por isso fundamental entender e adaptar as abordagens para que a indústria possa apresentar os melhores resultados.

3-Temos a sensação de que o Marketing está a determinar muitas decisões de clubes e de atletas comprometendo o ideal desportivo: é exagerada essa sensação?
R-Considero que há algum fundo de verdade nessa afirmação. A mercantilização do desporto trouxe maioritariamente vantagens para todos mas, tal como noutras indústrias, aparecem sempre alguns efeitos perniciosos no desenvolvimento feito desta forma. Os Jogos Olímpicos de 2024 em Paris mantêm muitos dos pontos originais criados por Pierre de Coubertin, mas um século depois houve uma evolução natural e o desporto transformou-se numa indústria capaz de gerar milhares de milhões de euros anualmente.

4-Pelo menos na Europa, o marketing desportivo é, muitas vezes, associado ao futebol: é uma visão redutora e enviesada?
R-Trata-se de uma visão redutora e enviesada. Claro que na Europa o futebol é a modalidade número um que atrai a maioria da atenção, tempo e dinheiro de adeptos e patrocinadores, mas muitas outras modalidades têm sido capazes ao longo dos anos de apresentar uma performance fantástica inovadora e eficaz. Quer as modalidades coletivas tradicionais como voleibol, andebol ou basquetebol, quer as individuais como ténis, atletismo ou natação ou os desportos motorizados são hoje verdadeiras máquinas de gerar receitas e de apaixonar milhões de adeptos.

5-Qual a situação do marketing desportivo em Portugal?
R-Vivemos um contexto de enorme evolução mas de grande discrepância nos desempenhos. Temos assim atualmente clubes, modalidades, associações, federações, organizadores de eventos e profissionais de marketing com uma performance de marketing do melhor que se faz no mundo. Têm recursos, planos e estratégias pelo que conseguem criar valor para as suas organizações, mas por outro lado, temos ainda uma grande parte do panorama nacional que não reúne as mínimas condições para colocar em prática uma abordagem de marketing simples, mas eficaz.

6-Finalmente, na sua opinião quais são as principais tendências que estão a surgir hoje?
R-São várias: vai surgir uma nova geração de donos de clubes que vão fazer uma enorme transformação digital, o crescimento do império das marcas desportivas não vai parar, perspetiva-se uma fusão do desporto com o mercado do entretenimento,  vai existir uma enorme introdução de novas tecnologias, haverá novas competições desenhadas à medida dos desejos dos consumidores, haverá uma fragmentação no desporto e teremos arenas, estádios e pavilhões inteligentes, tudo isto nos próximos 10 anos.
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Daniel Sá
Marketing Desportivo
Pactor  26,65€

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